Por Arshad Mohammed e Yara Bayoumy
WASHINGTON (Reuters) - O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, prevê que terá conversas difíceis durante uma viagem a cinco países do Oriente Médio na semana que vem, incluindo a Turquia, onde irá pedir para líderes conterem uma ofensiva no norte da Síria, disseram autoridades norte-americanas nesta sexta-feira.
Falando a repórteres sobre a viagem de Tillerson de 11 a 16 de fevereiro a Jordânia, Turquia, Líbano, Egito e Kuweit, autoridades norte-americanas reconheceram que haverá conversas difíceis em cada parada.
Líderes da Jordânia ficaram irritados quando os Estados Unidos reconheceram Jerusalém como capital de Israel e suspenderam alguns auxílios a palestinos.
A viagem de Tillerson ao Cairo, onde irá se encontrar com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, para enfatizar cooperação conjunta em segurança, acontece após o Egito realizar uma grande ofensiva militar contra militantes na península do Sinai.
O Egito também realiza eleição de 26 a 28 de março, na qual Sisi possui somente um oponente de última hora, que havia dito anteriormente que apoiava o presidente.
No Kuweit, Tillerson irá participar de uma conferência sobre reconstrução do Iraque, na qual Washington não planeja contribuir com nenhuma quantia. Ainda assim, ele espera avançar em direção ao fim de uma disputa entre o Catar, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos.
O Kuweit tem buscado mediar um fim à disputa desencadeada quando os Emirados Árabes Unidos, junto com Arábia Saudita, Barein e Egito, cortaram laços comerciais e de viagens com o Catar em junho. Os países acusam o Catar de apoiar terrorismo e o arquirrival Irã. Doha nega as acusações e diz que os países estão tentando restringir sua soberania.
A Turquia, uma aliada dos EUA, realizou uma operação militar aérea e em solo na região de Afrin, no noroeste da Síria, mirando a milícia curda YPG, apesar de objeções dos EUA.
Os Estados Unidos e a Turquia são aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Ainda assim, os países possuem interesses divergentes na guerra civil síria, com Washington focado em derrotar o Estado Islâmico e Ancara buscando impedir que sírios curdos ganhem autonomia e impulsionem insurgentes curdos em solo turco.
“Nós estamos pedindo para eles mostrarem restrição em suas operações em Afrin e mostrarem restrição ao longo da linha da fronteira no norte da Síria”, disse uma autoridade do Departamento de Estado norte-americano a repórteres em teleconferência. “Esta vai ser uma conversa difícil”.