BOGOTÁ (Reuters) - Treze pessoas, incluindo civis, foram mortos durante um confronto entre os rebeldes do ELN, da Colômbia, e dissidentes do agora desmobilizado grupo guerrilheiro Farc em uma área remota conhecida pelo tráfico de drogas, disse o ouvidor do país nesta terça-feira.
O incidente ocorreu em 27 de novembro na região sudoeste de Narino, local onde gangues criminosas e grupos rebeldes são conhecidos por cultivar, processar e contrabandear a coca, ingrediente base da cocaína.
Um acordo de paz duramente conquistado foi acordado com o agora desmantelado grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) no ano passado, encerrando cerca de cinco décadas de guerra.
No entanto, um arranjo de dissidentes das Farc, rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN), ex-paramilitares de direita e gangues criminosas ainda estão ativos na Colômbia, competindo pelo controle de minas ilegais lucrativas e rotas de tráfico de drogas.
Em Narino, combatentes do ELN atacaram membros da Resistência Rural, disse o ouvidor, Carlos Alfonso Negret, em relatório. A Resistência Rural é um grupo de dissidentes das Farc que se recusam a se desmobilizar após o acordo de paz.
"O gabinete do ouvidor visitou a área e foi capaz de determinar uma troca de tiros entre o grupo que se denomina Resistência Rural e o ELN", disse Negret aos jornalistas. "Houve fogo cruzado que matou 13 pessoas", acrescentou, sem especificar quantos dos mortos eram civis.
Mais de 11 mil combatentes e colaboradores das Farc entregaram suas armas este ano como parte do acordo de paz. O grupo manteve suas iniciais em sua reencarnação como partido político.
Porém, Negret afirmou que cerca de 800 ex-guerrilheiros não se desmobilizaram, enquanto outras fontes de segurança e institutos de pesquisa colocam os números de dissidentes ex-Farc entre 700 e 1.300.
O ELN e o governo iniciaram seu primeiro cessar-fogo bilateral em outubro, como parte de negociações de paz ocorrendo no Equador.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)