Por Kylie MacLellan e Sarah Young
LONDRES (Reuters) - O Partido Trabalhista britânico, de oposição, fará campanha pela permanência do país na União Europeia, não importa quais sejam as circunstâncias, disse o novo porta-voz da ára de Relações Internacionais do partido, Hilary Benn, nesta segunda-feira, possivelmente entrando em desacordo com o novo líder da legenda.
A eleição de Jeremy Corbyn para liderar o Partido Trabalhista tem levantado temores entre alguns ativistas pró-UE de que ele poderia minar a esperança de conseguir eleitores trabalhistas para endossar a permanência do país no bloco, em um referendo previsto para o final de 2017.
Corbyn, que votou "não" à adesão à União Europeia no referendo 1975 na Grã-Bretanha, tem sido ambíguo sobre seus pontos de vista, dizendo que deseja esperar para ver o que as reformas do primeiro-ministro David Cameron podem alcançar.
"Quaisquer que sejam as diferenças que possamos ter quanto a alguns aspectos da política europeia, quaisquer sejam as reformas que queremos ver, vamos ficar juntos para lutar por uma Europa melhor. É absolutamente claro que a nossa política não mudou", disse Benn à rádio BBC.
"Nós vamos fazer campanha para permanecer na União Europeia." Quando perguntado se o partido faria campanha para ficar quaisquer que fossem as circunstâncias, Benn disse: "Em quaisquer circunstâncias."
Aliados da Grã-Bretanha dizem que deixar o maior bloco comercial do mundo seria temerário, expondo o poderio financeiro de Londres a regras da UE que não iria mais influenciar e torpedeando o poder global que ainda resta à Grã-Bretanha.
Corbyn critica os líderes da UE por não protegerem os direitos dos trabalhadores, se opõe ao pacto comercial com os Estados Unidos, planejado pelo bloco, e acusa a UE de permitir que os financistas destruam a economia da Grécia.