Por Madeline Chambers
BERLIM (Reuters) - Um tribunal de Hamburgo, na Alemanha, condenou um alemão de 93 anos por ajudar a assassinar 5.232 prisioneiros, muitos deles judeus, em um campo de concentração nazista durante a Segunda Guerra Mundial e deu a ele uma sentença suspensa de dois anos em um dos processos mais recentes envolvendo crimes da era nazista.
Ao entrar no tribunal em uma cadeira de rodas e escondendo seu rosto atrás de uma pasta azul, Bruno D., admitiu que foi um guarda da SS no campo de concentração de Stutthof, perto de Gdansk no que era a Polônia ocupada, mas ele disse que sua presença não implica em culpa.
Isso não convenceu o tribunal em Hamburgo, que o considerou culpado nesta quinta-feira de envolvimento nos assassinatos realizados entre agosto de 1944 a abril de 1945.
"Como você pôde se acostumar com o horror?", perguntou a juíza Anne Meier-Goering ao ler o veredicto.
Cerca de 65 mil pessoas, incluindo muitos judeus, foram assassinados ou morreram de outras causas em Stutthof, de acordo com o site do museu deste campo de concentração. Promotores argumentaram que muitos foram mortos com um tiro na nuca ou em câmaras de gás.
Como Bruno D. tinha somente 17 ou 18 anos na época dos crimes, ele foi julgado em um tribunal para crimes juvenis e as sessões da corte foram limitadas a duas ou três horas por dia devido à sua saúde frágil. Os promotores pediam uma sentença de prisão por três anos.
Em seu último depoimento à corte, ele pediu desculpas pelo sofrimento das vítimas, mas não chegou a admitir responsabilidade.
"Quero pedir desculpas a todas as pessoas que passaram por esse inferno de loucura e a seus parentes e sobreviventes", disse ele ao tribunal na segunda-feira, de acordo com a emissora NDR e outros veículos de imprensa.