JOHANESBURGO (Reuters) - O Tribunal Constitucional da África do Sul condenou o ex-presidente do país Jacob Zuma a 15 meses de prisão por desacato à corte depois que ele faltou a um inquérito de corrupção no início deste ano.
Zuma se ausentou do inquérito comandado pelo vice-juiz Raymond Zondo em fevereiro. Em seguida, os advogados do inquérito pediram ao Tribunal Constitucional uma ordem para prendê-lo.
O inquérito está examinando alegações de corrupção de alto escalão entre 2009 e 2018, o período de Zuma no poder. Zuma nega irregularidades, e até agora não cooperou.
"O senhor Gedleyihlekisa Zuma está condenado a um aprisionamento de 15 meses", disse um juiz do Tribunal Constitucional ao ler a ordem da corte.
Zuma tem que se apresentar à polícia dentro de cinco dias, acrescentou o juiz.
Um porta-voz do ex-presidente disse à televisão eNCA que seu cliente emitirá um comunicado mais tarde, sem dar detalhes.
Entre as alegações contra Zuma está a de que ele permitiu que os irmãos Atul, Ajay e Rajesh Gupta, empresários próximos dele, dilapidassem recursos estatais e influenciassem a formulação de políticas.
Os Guptas, que também negam irregularidades, deixaram a África do Sul depois que Zuma foi afastado por uma manobra orquestrada por aliados de seu sucessor, o presidente Cyril Ramaphosa.
Ramaphosa tenta restaurar a confiança dos investidores na nação mais industrializada da África, mas enfrenta a oposição de uma facção do partido governista Congresso Nacional Africano que ainda é leal a Zuma.
(Por Alexander Winning)