Por Stephanie van den Berg
HAIA (Reuters) - O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou o ex-líder militar congolês Bosco Ntaganda a 30 anos de prisão, nesta quinta-feira, devido a atrocidades como assassinato, estupro e recrutamento de crianças-soldados.
Em julho, Ntaganda, de 46 anos, foi considerado culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade devido a atos cometidos quando era o chefe militar da milícia União de Patriotas Congoleses (UPC) no leste da República Democrática do Congo entre 2002 e 2003.
Nesta quinta-feira, durante o anúncio da sentença, o juiz Robert Fremr disse não haver circunstâncias atenuantes e emitiu a pena de 30 anos, a mais longa já imposta pela corte de Haia.
"Os crimes pelos quais o senhor Ntaganda foi condenado, apesar de sua gravidade e seu grau de culpabilidade, não justificam uma pena de prisão perpétua", disse Fremr.
Ntaganda já está apelando da condenação.
No conflito no Congo, a UPC, de Ntaganda, dominada pelo clã hema, visou expulsar o povo rival lendu da região de Ituri, rica em minerais. Centenas de civis foram mortos e muitos milhares mais foram forçados a fugir.
Durante o anúncio da sentença, Fremr disse que Ntaganda não somente é culpado por perseguição como crime contra a humanidade, mas que ainda assassinou pessoalmente um padre católico, dando um exemplo para seus soldados seguirem.
Também se descreveu o "estupro sistemático" de mulheres filiadas à UPC por parte de seus colegas militantes sob a liderança de Ntaganda, incluindo a violação de uma criança-soldado de não mais de nove anos de idade.