Por Asif Shahzad
ISLAMABAD (Reuters) - Um tribunal do Paquistão condenou o ex-ditador militar Pervez Musharraf à morte, nesta terça-feira, por alta traição e subversão da Constituição, disseram autoridades do governo.
Musharraf, que tomou o poder em 1999 graças a um golpe e mais tarde governou como presidente, não está no Paquistão e não estava disponível para comentar a sentença, determinada por uma corte antiterrorismo que julgou o caso de alta traição.
"Pervez Musharraf foi considerado culpado segundo o Artigo 6 por violação da Constituição do Paquistão", disse Salman Nadeem, autoridade legal do governo.
O veredicto completo não estava disponível, mas um sumário informou que a corte analisou queixas, registros, argumentos e fatos do caso e chegou a uma decisão por maioria -- dois dos três juízes foram contra Musharraf.
As acusações derivam da imposição de um estado de emergência em 2007, quando Musharraf enfrentava uma oposição crescente ao seu governo.
Durante a emergência, que foi de novembro de 2007 a fevereiro de 2008, todas as liberdades civis, direitos humanos e processos democráticos foram suspensos.
Ele renunciou ainda em 2008 depois que um partido político que o apoiava se saiu mal em uma eleição geral, e passou grande parte de seu tempo no exterior desde então.
Os últimos anos de seu comando foram marcados por embates com o Judiciário, decorrentes de seu desejo de continuar como chefe do Exército mesmo sendo presidente.