PARIS (Reuters) - O principal tribunal de apelação da França rejeitou, nesta terça-feira, uma ação do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy para tentar escapar de um julgamento sobre o suposto financiamento ilegal de sua campanha de reeleição fracassada de 2012.
A decisão da Corte de Cassação francesa significa que agora o caso voltará aos procuradores, que decidirão se Sarkozy deve ser julgado. Ele nega qualquer irregularidade.
O chamado caso "Bygmalion" contra Sarkozy se concentra em acusações de que o partido político do ex-presidente, então conhecido como UMP, trabalhou com uma empresa de relações públicas para ocultar o verdadeiro custo de sua tentativa de reeleição.
A França estabelece limites rígidos para os gastos de campanha. Procuradores dizem que a empresa Bygmalion cobrou o UMP, e não a campanha, permitindo que Sarkozy despendesse quase o dobro da quantia permitida.
Embora magistrados a cargo da investigação não tenham encontrado indícios de que Sarkozy montou o esquema fraudulento, participou dele ou sequer foi informado a seu respeito, eles disseram que consideram improvável que ele tenha deixado as decisões sobre tais questões unicamente a cargo de sua equipe.
Após cinco anos no poder, Sarkozy foi derrotado por François Hollande, candidato do Partido Socialista, na eleição de 2012. A Bygmalion foi fechada em 2014.
Se o julgamento acontecer, Sarkozy se tornará o primeiro presidente francês em um tribunal desde Jacques Chirac, que o antecedeu no comando da nação entre 1995 e 2007. Chirac morreu na semana passada, ao 86 anos.
(Por Andrew Heavens)