Por Stephanie van den Berg
HAIA (Reuters) - O Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de prisão contra Sergei Shoigu, ex-ministro da Defesa da Rússia, e para o general russo Valery Gerasimov, nesta terça-feira, por supostos crimes cometidos durante a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Shoigu foi removido do cargo de ministro da Defesa no mês passado e nomeado secretário do poderoso Conselho de Segurança da Rússia, nas mudanças mais significativas que o presidente russo Vladimir Putin fez em seu comando militar desde o início da guerra em 2022.
O tribunal sediado em Haia disse que Shoigu e Gerasimov são suspeitos de terem cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade por dirigirem ataques contra civis e objetos civis na Ucrânia.
Os juízes concluíram que havia "motivos razoáveis para acreditar que os dois suspeitos são responsáveis por ataques com mísseis realizados pelas Forças Armadas russas contra a infraestrutura elétrica ucraniana de pelo menos 10 de outubro de 2022 até pelo menos 9 de março de 2023", disse o TPI em um comunicado à imprensa.
O Conselho de Segurança da Rússia afirmou que o mandado de prisão contra Shoigu faz parte de uma guerra híbrida contra Moscou, informou a agência de notícias estatal TASS.
A Rússia, que não é membro do TPI, tem dito repetidamente que a infraestrutura energética da Ucrânia é um alvo militar legítimo e nega ter como alvo civis ou infraestrutura civil.
A Ucrânia também não é membro, mas concedeu ao TPI jurisdição para processar crimes cometidos em seu território.
Os mandados contra Shoigu e Gerasimov elevam para oito o total de mandados de prisão emitidos contra suspeitos russos seniores desde o início da invasão. Entre eles está Putin, suspeito de crime de guerra pela deportação de crianças ucranianas para a Rússia.
O tribunal não possui força policial própria e depende dos Estados membros para efetuar as prisões.
Durante o período mencionado nos últimos mandados, a Rússia é suspeita de ter realizado ataques contra várias usinas de energia elétrica e subestações em toda a Ucrânia.
(Reportagem de Benoit Van Overstraeten e Stephanie Van den Berg)