Por Toby Sterling e Stephanie van den Berg
HAIA (Reuters) - O Tribunal Penal Internacional (TPI) relatou nesta terça-feira um incidente de cibersegurança, em uma violação de uma das instituições internacionais mais importantes do mundo.
Em um breve comunicado, o TPI disse ter detectado atividade incomum na sua rede informática no final da semana passada, o que levou a uma resposta que ainda está em curso.
Um porta-voz se recusou a comentar sobre a gravidade da infração, se foi totalmente resolvida ou quem pode estar por trás.
"Foram adotadas medidas imediatas para responder a este incidente de segurança cibernética e para mitigar o seu impacto", afirmou o TPI em um comunicado.
O TPI é o tribunal permanente de crimes de guerra em Haia, criado em 2002 para julgar crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Os procuradores do tribunal conduzem atualmente 17 investigações em quatro continentes, sobre situações na Ucrânia, Uganda, Venezuela, Afeganistão, Filipinas, entre outros.
Em março, o tribunal emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por suspeita de deportar ilegalmente crianças da Ucrânia. O Kremlin rejeita as acusações e a jurisdição do tribunal.
Documentos altamente confidenciais no TPI podem incluir qualquer elemento, desde provas até nomes de testemunhas protegidas, embora o tribunal não tenha divulgado qual parte dos seus sistemas foi atingida.
O tribunal afirmou em sua declaração que continuava a "analisar e mitigar o impacto deste incidente" com a assistência do governo holandês.
"Também está sendo dada prioridade a garantir que o trabalho principal do tribunal continue", disse o comunicado.
A agência de inteligência holandesa, AIVD, afirmou no seu relatório anual de 2022 que o TPI é "de interesse para a Rússia porque está investigando possíveis crimes de guerra russos na Geórgia e na Ucrânia".
Em junho de 2022, o AIVD revelou ter encontrado um agente militar russo se passando por brasileiro na tentativa de se infiltrar no tribunal.