ESTOCOLMO (Reuters) - Um tribunal sueco considerou nesta quinta-feira um homem culpado de tentar financiar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em inglês), em uma decisão que pode ajudar a acabar com o veto da Turquia ao pedido da Suécia de ingressar na Otan.
Ancara acusa a Suécia de abrigar membros de grupos militantes em seu território e diz que deve reprimi-los antes de ingressar na Otan. O PKK, considerado um grupo terrorista por Turquia, União Europeia e Estados Unidos, se armou contra o Estado turco em 1984.
O tribunal distrital de Estocolmo condenou Yahya Gungor, um curdo turco de 41 anos, a quatro anos e seis meses de prisão por crime com armas de fogo, tentativa de extorsão e tentativa de financiamento do terrorismo, mostrou o veredicto.
O juiz Mans Wigen disse que Gungor tentou pressionar um empresário curdo em Estocolmo sob a mira de uma arma para pagar dinheiro ao PKK.
"A tentativa de chantagem ocorreu no âmbito de uma extensa atividade de arrecadação de fundos que o PKK realiza na Europa, ou seja, por meio de extorsão", disse Wigen em um comunicado.
O tribunal também decidiu que Gungor deveria ser deportado da Suécia após cumprir sua sentença. O advogado de Gungor disse que seu cliente não aceita as acusações e apelará do veredicto.
Os promotores disseram que o caso marca a primeira vez que alguém foi acusado na Suécia de tentar fornecer recursos financeiros ao PKK.
O veredicto do tribunal desta quinta-feira veio enquanto os ministros das Relações Exteriores da Suécia e da Turquia se reúnem em Bruxelas para discutir a candidatura de Estocolmo à Otan.
(Por Anna Ringstrom, Louise Rasmussen e Johan Ahlander)