ANCARA (Reuters) - Um tribunal da Turquia condenou nesta sexta-feira seis jornalistas, incluindo dois irmãos, à prisão perpétua por ajudarem conspiradores de um golpe de Estado fracassado de 2016, noticiou a mídia estatal, em uma grande reviravolta depois que a principal corte do país ordenara que um dos homens fosse solto.
Mehmet Altan, professor de economia e jornalista, e seu irmão Ahmet, também jornalista, foram acusados de fornecer mensagens em código durante um programa de entrevistas de televisão um dia antes do golpe militar mal-sucedido. Nazli Ilicak, outro jornalista conhecido, também foi condenado.
O caso sublinhou tanto a grande preocupação com a liberdade de imprensa na Turquia quanto os temores relativos à independência do Judiciário no governo do presidente Tayyip Erdogan. Desde o levante, mais de 50 mil pessoas foram presas e mais de 150 mil foram demitidas ou suspensas de seus empregos.
As autoridades da corte não estavam disponíveis de imediato para confirmar a reportagem do canal estatal TRT Haber. Todos os seis réus negaram as acusações, e ao menos três dos homens já estavam presos há cerca de 17 meses.
O Tribunal Constitucional, a maior instância jurídica do país, havia determinado a libertação de Mehmet Altan, dizendo que sua detenção equivale à violação de seus direitos -- mas a corte penal rejeitou o pedido e decidiu mantê-lo preso durante seu julgamento.