Por Nidal al-Mughrabi
CAIRO (Reuters) - As Forças Armadas de Israel emitiram novas ordens de retirada no norte da Faixa de Gaza nesta terça-feira, depois de realizar ataques no enclave que, segundo a mídia palestina e médicos, mataram pelo menos 30 pessoas.
Um ataque aéreo danificou duas casas na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, onde o Exército tem realizado novas operações desde 5 de outubro, e matou pelo menos 20 pessoas na noite de segunda-feira, disseram a agência de notícias oficial palestina WAFA e a mídia do Hamas.
Quatro outras pessoas foram mortas na cidade de Al-Zawayda, no centro de Gaza, por volta da meia-noite de segunda-feira, de acordo com os médicos.
O Ministério da Saúde de Gaza não confirmou imediatamente o número de mortos, mas autoridades de saúde palestinas disseram que seis pessoas também foram mortas em dois ataques aéreos israelenses separados na Cidade de Gaza e em Deir Al-Balah, na área central do enclave estreito.
Os militares israelenses disseram, sem dar detalhes, que suas forças haviam "eliminado terroristas" na região central da Faixa de Gaza e na área de Jabalia. As tropas israelenses também localizaram armas e explosivos durante o último dia na região de Rafah, no sul, onde "locais de infraestrutura terrorista" foram eliminados, acrescentaram eles.
Mais tarde na terça-feira, aviões israelenses lançaram panfletos sobre Beit Lahiya, ordenando que os moradores que ainda não deixaram suas casas e abrigos onde estão famílias desalojadas deixem completamente a cidade.
"Para todos aqueles que permaneceram em suas casas e abrigos, vocês estão arriscando suas vidas. Para sua segurança, vocês devem ir para o sul", dizia o folheto, escrito em árabe.
Os palestinos disseram que os novos ataques e as ordens israelenses para que as pessoas saiam têm como objetivo esvaziar duas cidades do norte de Gaza e um campo de refugiados para criar zonas de proteção.
Israel afirma que as retiradas têm o objetivo de manter os civis fora de perigo enquanto suas tropas enfrentam combatentes do Hamas. Centenas de homens armados palestinos foram mortos ou capturados na área de Jabalia no último mês, segundo os militares.
Mais de 43.300 palestinos foram mortos em mais de um ano de guerra em Gaza, segundo as autoridades de Gaza, e grande parte do território foi reduzida a ruínas.
A guerra começou depois que militantes liderados pelo Hamas atacaram Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e levando 251 reféns para Gaza, de acordo com os registros israelenses.