Por Shamil Zhumatov
COSMÓDROMO DE BAIKONUR, Cazaquistão (Reuters) - A tripulação de uma espaçonave Soyuz, composta por um norte-americano e um russo, que seguia para a Estação Espacial Internacional teve que fazer um pouso de emergência dramático no Cazaquistão nesta quinta-feira, depois que seu foguete falhou em pleno ar.
O astronauta Nick Hague e o cosmonauta Alexei Ovchinin pousaram sem problemas, e equipes de resgate que correram à estepe cazaque para localizá-los logo fizeram contato com a dupla, disseram a agência espacial dos Estados Unidos (Nasa) e sua equivalente russa, a Roscosmos.
Foi o primeiro problema de lançamento sério de uma missão espacial tripulada da Soyuz desde 1983, quando um incêndio irrompeu na base do foguete auxiliar enquanto a tripulação se preparava para decolar. Os tripulantes escaparam por pouco antes de uma grande explosão.
O problema desta quinta-feira ocorreu quando o primeiro e o segundo estágios de um foguete auxiliar lançado do Cosmódromo de Baikonur, dos tempos soviéticos, estavam se separando, o que ativou os sistemas de emergência pouco depois do lançamento.
A cápsula Soyuz, que transportava a tripulação, se separou do foguete defeituoso e fez o que a Nasa descreveu como uma descida balística íngreme para a Terra, com paraquedas ajudando a diminuir sua velocidade.
Equipes de resgate correram ao local para buscá-los, e soldados paraquedistas também foram ao local do pouso.
A falha é um revés para o programa espacial da Rússia e o mais recente de uma série de percalços.
Moscou suspendeu imediatamente todos os lançamentos espaciais tripulados, relatou a agência de notícias RIA, e o chefe da Roscosmos, Dmitry Rogozin, disse ter ordenado a criação de uma comissão estatal para investigar o que deu errado.
Fontes não identificadas da indústria espacial russa citadas por agências de notícias disseram que será difícil determinar o que causou o incidente porque os segmentos do foguete auxiliar em questão ficaram muito danificados na queda.
Jim Bridenstine, administrador da Nasa que estava no Cazaquistão para testemunhar a decolagem, disse em um comunicado que a falha foi provocada por uma anomalia no propulsor do foguete.