Por Steve Holland e Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na quarta-feira forçar o Congresso dos EUA a uma suspensão formal caso os parlamentares não retornarem ao Capitólio, apesar da pandemia de coronavírus, dizendo estar frustrado que eles não estejam em Washington para confirmar seus indicados a juízes e outras posições do governo.
"A prática atual de deixar a cidade, enquanto são conduzidas falsas sessões pro forma, é um abandono do dever que o povo americano não pode arcar durante essa crise", disse Trump, demonstrando irritação, em uma entrevista coletiva na Casa Branca.
Nenhum presidente dos EUA jamais usou a autoridade, incluída na Constituição, de suspender as duas Casas do Congresso, no caso de não conseguirem chegar a um acordo sobre a data de suspensão.
Não ficou claro imediatamente se a ausência atual no Congresso de Washington poderia ser classificada como uma falta de acordo sobre uma data de suspensão. Os líderes do Congresso não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
Membros do Senado, controlado pelos republicanos, e da Câmara dos Deputados, liderada por democratas, estão fora de Washington desde o mês passado, uma vez que autoridades do governo e especialistas em saúde recomendaram que os norte-americanos fiquem em casa para evitar a propagação do coronavírus.
Como é típico nos recessos do Congresso, a Câmara e o Senado continuam realizando sessões "pro forma" regulares, com breves reuniões que podem durar menos de um minuto.
Enquanto essas breves sessões forem realizadas, o presidente está legalmente impedido de usar seu poder para fazer indicações para preencher cargos sem ter que submeter seus indicados a uma votação de confirmação no Senado.