Por Steve Holland e Jeff Mason
BATTLE CREEK, Michigan/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repudiou a votação de impeachment contra ele na Câmara dos Deputados na quarta-feira, mas garantiu que os republicanos do Senado impedirão seu afastamento.
"Este impeachment fora da lei e partidário é uma marcha de suicídio político do Partido Democrata", disse Trump em um comício de sua campanha de reeleição no Michigan, enquanto a Câmara dos Deputados, controlada pelos democratas, votava a favor de seu impedimento.
A votação do impeachment lançou uma sombra sobre Trump, que é muito preocupado com a imagem, colocando-o entre somente quatro de 45 presidentes que enfrentaram uma possível deposição através de um impeachment. Só um, Richard Nixon, de fato deixou o cargo, e o fez antes de uma votação de impeachment acontecer na Câmara.
As garantias do líder da maioria no Senado, Mitch McConnell, de que a Casa controlada pelos republicanos não o condenará em um julgamento no início do ano que vem confortaram pouco Trump, que vem se queixando que a "repugnante" palavra impeachment está sendo associada a ele.
No Michigan, Estado que o ajudou a vencer a eleição presidencial de 2016 e que será crucial na votação do próximo novembro, Trump expressou orgulho pelo fato de os republicanos da Câmara terem se unido na oposição ao impeachment e de três democratas também terem votado contra ele.
Trump disse que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, e os democratas impuseram a si mesmo uma "marca eterna de vergonha". Dezenas de milhões de pessoas comparecerão no ano que vem para reverter o controle democrata da Câmara e "escorraçar Pelosi do cargo", disse.
"São eles que deveriam ser impedidos, cada um deles", afirmou ele a respeito dos democratas.
O comício foi um palco conveniente para Trump abordar a questão e dar rédea solta à retórica. Ele atacou muitos democratas pelo nome e repetiu vários bordões que serviram como uma verdadeira coletânea de suas muitas queixas. Ele até insinuou que um ex-parlamentar do Michigan, o falecido deputado John Dingell, não foi para o céu ao morrer. Agendado semanas atrás, o comício aconteceu para coincidir justamente com o dia da votação na Câmara.
Apoiadores na plateia não deram sinais de que seu entusiasmo por Trump diminuiu, bradando "mais quatro anos!".