Por Steve Holland e Matt Spetalnick
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando reconhecer Jerusalém como capital de Israel, uma medida que poderia reverter décadas de política norte-americana e atiçar tensões no Oriente Médio, mas deve adiar novamente sua promessa de campanha de transferir a embaixada dos EUA para a cidade, disseram autoridades norte-americanas na quinta-feira.
Depois de meses de deliberações intensas na Casa Branca, Trump deve fazer um anúncio na semana que vem na tentativa de obter um equilíbrio entre as exigências políticas domésticas e pressões geopolíticas a respeito de uma questão que está no cerne do conflito israelo-palestino --o status de Jerusalém, que abriga santuários judeus, muçulmanos e cristãos.
Trump está estudando um plano por meio do qual declararia
Jerusalém como capital de Israel, disseram as autoridades, desviando-se de antecessores que insistiram se tratar de um tema que deve ser decidido em negociações de paz.
Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado, e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo.
Tal medida de Trump, que pode ser concretizada com um comunicado ou discurso presidencial, revoltaria os palestinos, assim como o mundo árabe em geral, e provavelmente minaria o esforço incipiente de seu governo para ressuscitar as conversas de paz israelo-palestinas, congeladas há tempos.
Mas o gesto também poderia ajudar a satisfazer a base pró-Israel de direita que o ajudou a conquistar a Casa Branca e o governo de Israel, um aliado próximo dos EUA.