(Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou na quarta-feira o Brasil como um aliado preferencial dos EUA fora da Otan, oficializando uma promessa feita ao presidente Jair Bolsonaro durante visita do mandatário brasileiro a Washington este ano.
Com a designação de aliado preferencial, o Brasil entra em uma lista de países com acesso especial a políticas de cooperação, transferência de tecnologia e recursos na área de defesa com os Estados Unidos, o que foi comemorado por Bolsonaro.
"Nós tratamos isso na última viagem que fiz aos Estados Unidos. Conversei com o Trump, a ideia dele era até nos colocar, mas teria que mexer no estatuto, dentro da Otan. Isso já se cogita entre os integrantes essas mudanças de estatuto, mas por enquanto é muito bem-vinda a nossa participação como grande aliado extra-Otan", disse o presidente a jornalistas em Brasília.
Segundo Bolsonaro, a designação "facilita em algumas coisas", em especial na questão de defesa.
"Compra de armamento, algumas tecnologias, ninguém passa tecnologia para os outros, só tecnologia ultrapassada, mas alguma coisa sempre interessa para a gente. Como regra, um país da Otan uma vez agredido todo mundo está junto", acrescentou.
O Brasil é apenas o segundo país da América do Sul a receber a designação, depois da Argentina, que está na lista desde 1998. No ano passado, a Colômbia se juntou à Otan como parceira global.
Entre as possibilidades que se abrem para o país com a designação está, por exemplo, acesso preferencial para compra de equipamentos com isenção de taxas, dentro da lei de exportação de armas dos Estados Unidos.
O Brasil também terá preferência para programas de cooperação e treinamento, poderá receber gratuitamente ou a preço de custo equipamentos que as Forças Armadas não usam mais ou têm em excesso, e poderá participar de licitações.