Por Jeff Mason e David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desistiu nesta quinta-feira de acrescentar uma polêmica pergunta relacionada à cidadania no censo de 2020 do país, mas insistiu que o governo iria obter esses dados por outros meios.
"Nós não iremos desistir de nossos esforços para determinar o status de cidadania da população dos Estados Unidos", disse Trump em um anúncio na Casa Branca. Ele disse que estava ordenando que todas as agências federais governamentais providenciem ao Departamento de Comércio, responsável pelo censo, todos os registros em relação ao número de cidadãos e não-cidadãos no país.
"Faremos de tudo dentro do nosso alcance", disse.
O plano de Trump de acrescentar a questão atingiu um bloqueio há duas semanas atrás, quando a Suprema Corte decidiu de maneira contrária ao plano.
Até algumas horas antes de seus comentários, era esperado que Trump seguisse em frente com o plano apesar da decisão, utilizando uma ordem executiva para incluir a pergunta, e levando alguns analistas a dizerem que ele se arriscava a iniciar uma crise constitucional caso prosseguisse.
O Escritório do Censo dos Estados Unidos é parte do Departamento de Comércio. A Constituição atribui especificamente a supervisão do Censo ao Congresso, que complicou a inclusão da questão no levantamento nacional decenal.
Críticos da iniciativa do governo Trump dizem que a pergunta sobre cidadania no censo discrimina minorias raciais e tem como objetivo garantir uma vantagem injusta aos republicanos em eleições. Trump e seus apoiadores dizem que faz sentido saber quantos não-cidadãos vivem no país.
Trump, do Partido Republicano, fez das políticas de linha-dura contra a imigração uma característica de seu governo e de sua campanha para a reeleição em 2020. Os mais de 20 democratas que buscam a indicação do Partido Democrata para enfrentar Trump nas urnas questionam suas políticas de imigração.
(Reportagem adicional de Roberta Rampton, Doina Chiacu, Makini Brice e Eric Beech)