WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que deseja “ir embora” da Síria e prometeu decisões em breve, confrontando assessores seniores que falaram quase simultaneamente sobre o trabalho duro necessário para derrotar o Estado Islâmico.
As afirmações demonstraram como Trump aparenta estar cada vez mais disposto a ir publicamente contra seus principais assessores militares e aqueles ligados à luta contra o grupo militante, que veem um papel de longo prazo dos EUA tanto no Iraque quanto na Síria.
“Nossa missão principal em termos disto era nos livrarmos do Estado Islâmico. Nós quase completamos esta tarefa e iremos tomar uma decisão muito rapidamente em coordenação com outros, quanto ao que faremos”, disse Trump em entrevista coletiva.
“Eu quero ir embora. Eu quero trazer nossas tropas para casa”.
Os EUA possuem cerca de 2 mil militares na Síria que estão confrontando o Estado Islâmico. O general do Exército dos EUA Joseph Votel, que comanda as forças dos EUA no Oriente Médio como chefe do Comando Central, estimou que mais de 90 por cento dos territórios do grupo foram retomados de militantes por forças apoiadas pelos EUA.
Mas Votel, falando nesta terça-feira em um evento próximo ao Departamento de Estado dos EUA, disse que embora a ameaça do Estado Islâmico tenha diminuído, “ela ainda não se foi”.
Brett McGurk, o enviado especial dos EUA para a coalizão global contra o Estado Islâmico, falando no mesmo evento que Votel, sugeriu que a luta dos EUA contra o Estado Islâmico não está perto de ser completada.
“Nós estamos na Síria para lutar contra o Estado Islâmico. Esta é nossa missão e nossa missão não acabou e nós vamos completar esta missão”, disse McGurk.
McGurk reconheceu que uma revisão está em andamento para garantir que dólares de contribuintes norte-americanos sejam bem gastos, quando perguntado sobre relatos da mídia de que Trump havia ordenado o Departamento de Estado a congelar mais de 200 milhões em recursos para esforços de recuperação na Síria.
Votel disse ver um papel militar norte-americano em esforços de estabilização na Síria.
“A parte difícil, eu acho, está na nossa frente, e isto é estabilizar estas áreas, consolidar nossos ganhos, fazer com que as pessoas voltem para suas casas”, disse Votel. “Há um papel militar nisto. Certamente na fase de estabilização.”
(Reportagem de Phil Stewart, Idrees Ali, Lesley Wroughton e Lisa Lambert)