Por Moira Warburton
WASHINGTON (Reuters) - O ex-presidente norte-americano Donald Trump disse que o governo federal tem um papel na regulamentação de abortos tardios, mas não quis fornecer detalhes sobre qual era esse papel em um discurso para um público conservador na noite de sábado.
Trump tem estado relativamente quieto sobre a questão do aborto durante sua campanha para um segundo mandato, colocando-o em desacordo com outros candidatos presidenciais republicanos, incluindo sua maior ameaça atual à indicação do partido, o governador da Flórida, Ron DeSantis, que sancionou em seu Estado uma proibição de abortos após seis semanas de gestação.
“É claro que continua a haver um papel vital para o governo federal na proteção da vida não nascida”, disse Trump aos participantes da conferência anual da Coalizão Fé e Liberdade em Washington, na noite de sábado. "Derrotaremos a política democrata radical de aborto tardio extremo."
Abortos tardios, que ocorrem após 21 semanas, são extremamente raros, representando apenas 1% de todos os abortos, e muitas vezes são causados por anormalidades fetais ou ameaças à vida da mãe.
Trump citou seu histórico de indicar três juízes para a Suprema Corte, o que deu ao tribunal a maioria conservadora necessária para derrubar a decisão Roe v. Wade, o caso histórico de 1973 que criou proteções federais para o aborto.
A questão do aborto provavelmente se tornará um dos pontos centrais das eleições de 2024. Os candidatos republicanos estão atraindo os eleitores cristãos de extrema-direita com o compromisso de proibir o procedimento médico -- o senador da Carolina do Sul, Tim Scott, disse que o proibiria após 15 semanas, e o ex-vice-presidente Mike Pence se comprometeu a assinar uma proibição federal total.
(Reportagem de Moira Warburton em Washington)