Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira que planeja usar forças militares para proteger a fronteira do país com o México até que haja um muro e uma "segurança adequada" no local.
"Nós vamos fazer isso militarmente", disse Trump a repórteres na Casa Branca, acrescentando que havia discutido a ideia com o secretário de Defesa, Jim Mattis.
"Até que possamos ter um muro e segurança apropriada, protegeremos nossa fronteira com os militares. Este é um grande passo", disse. "Não podemos ver pessoas entrando em nosso país ilegalmente, desaparecendo e, por sinal, nunca aparecendo no tribunal".
Mais cedo nesta terça-feira Trump disse que a ajuda norte-americana para Honduras e outros países está em risco a menos que eles detenham o que classificou como uma "caravana" de mais de 1.200 imigrantes da América Central que rumam para a fronteira dos EUA.
O governo mexicano disse que tais "caravanas", compostas por uma maioria de cidadãos da América Central, entre eles muitos em fuga da violência em Honduras, ocorrem desde 2010.
Trump intensificou sua retórica anti-imigração nos últimos dias, e sua gestão vem preparando medidas para reprimir ainda mais as pessoas que vivem no país ilegalmente.
Ele já criticou o México e ameaçou acabar com o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) por causa da caravana. A jornada atual também está pressionando as autoridades mexicanas antes da eleição presidencial de 1o de julho.
"Faremos coisas com o México, e eles têm que fazê-lo, senão não aceitarei o acordo do Nafta", declarou Trump aos repórteres.
Em um tuíte, ele disse que é melhor que a caravana "seguindo para nossa fronteira seja detida antes de alcançá-la. A bolsa de dinheiro do Nafta está em jogo, assim como a ajuda estrangeira a Honduras e aos países que permitem que isso aconteça. O Congresso DEVE AGIR JÁ!"
Na segunda-feira o presidente republicano atacou democratas por causa da imigração e voltou a pressionar os parlamentares para que aprovem uma legislação para a construção do muro de fronteira que prometeu tempos atrás.
Apesar de meses de esforços, nenhum acordo imigratório emergiu no Congresso de maioria republicana, cujos parlamentares não devem aprovar muitas leis importantes antes das eleições congressuais de meio de mandato de novembro.
(Reportagem adicional de Susan Heavey e Phil Stewart)