WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou nesta quarta-feira a decisão de acelerar a produção de equipamentos médicos uregentemente necessários para combater a pandemia de coronavírus e disse que uma estimativa de que o desemprego no país pode chegar a 20% representa o pior dos cenários.
Lutando para enfrentar um vírus que inicialmente minimizou, Trump disse que está invocando o Ato de Produção de Defesa, que permitirá que o governo acelere a produção de máscaras, respiradores, ventiladores e outros equipamentos necessários.
"Derrotaremos o inimigo invisível", afirmou Trump, dizendo que a crise em andamento basicamente o transformou em um "presidente em tempos de guerra".
Ele disse ainda que invocará outra lei que permitirá que as autoridades dos EUA devolvam imigrantes que tentam cruzar ilegalmente a fronteira sul --que não será fechada, disse.
Trump disse que um navio-hospital será enviado à duramente atingida Nova York para ajudar pessoas afetadas pelo contágio e que um segundo navio-hospital será despachado para a Costa Oeste.
Ele defendeu sua descrição do coronavírus como "vírus chinês", apesar do receio de alguns norte-americanos de que ele esteja cometendo um insulto étnico.
"Não é racista, nem um pouco. Ele vem da China", disse ele a respeito da doença, cuja origem foi rastreada em Wuhan, na China.
Aparecendo na sala de imprensa da Casa Branca para o que já se tornou uma coletiva diária com sua força-tarefa anti-coronavírus, Trump disse que sansionará o Ato de Produção de Defesa ainda nesta quarta-feira.
A lei, que remonta à Guerra da Coreia dos anos 1950, dá ao presidente uma autoridade ampla para "agilizar e expandir o suprimento de recursos da base industrial dos EUA para apoiar programas militares, de energia, espaciais e de segurança interna", de acordo com um sumário publicado no site da Agência Federal de Administração de Emergências.
"Invocaremos o Ato de Produção de Defesa só para o caso de precisarmos dele", explicou Trump.
O secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, alimentou os temores de um colapso econômico nesta quarta-feira ao dizer a parlamentares no Capitólio que um desemprego de 20% é uma possibilidade extrema caso o vírus tenha efeitos devastadores nas empresas do país, muitas dos quais já estão sob pressão.
"Isso é só no pior dos casos", disse Trump. "Não estamos nem perto disso."
Até o momento foram registrados mais de 7 mil casos e mais de 100 mortes decorrentes da doença nos EUA.
(Por Jeff Masonm, Steve Holland, Alexandra Alper, Doina Chiacu, Susan Heavey e Lisa Lambert)