Por Ian Simpson e Gina Cherelus
WASHINGTON/NOVA YORK (Reuters) - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou nesta sexta-feira os inconformados que protestaram contra sua eleição por serem apaixonados por seu país poucas horas depois de acusá-los de serem "manifestantes profissionais" atiçados pela mídia.
"Adoro o fato de que os pequenos grupos de manifestantes da noite passada tenham paixão por nosso grande país. Iremos todos nos unir e ter orgulho!", tuitou Trump no início desta sexta-feira.
Na noite de quinta-feira, o presidente eleito postou: "Acabei de ter uma eleição presidencial muito aberta e bem-sucedida. Agora manifestantes profissionais, incitados pela mídia, estão protestando. Muito injusto!".
Manifestações em sua maioria pacíficas e ordeiras ocorreram em ao menos oito cidades depois que o empresário republicano derrotou a democrata Hillary Clinton na votação de terça-feira. Os manifestantes vêm expressando a preocupação de que Trump irá prejudicar os direitos civis nos EUA.
Os críticos do magnata temem que sua retórica de campanha frequentemente incendiária sobre imigrantes, muçulmanos, mulheres e outros grupos – combinada ao apoio da Ku Klux Klan e de outros supremacistas brancos – possa desatar uma onda de intolerância contra minorias.
Na Costa Leste, os protestos aconteceram em Washington, Baltimore, Filadélfia e Nova York, e na Costa Oeste os manifestantes se reuniram em Los Angeles, San Francisco e Oakland, na Califórnia, e em Portland, no Oregon.
Depois que Hillary admitiu a derrota no início de quarta-feira, Trump adotou um tom muito mais conciliador do que demonstrou muitas vezes durante a campanha, prometendo ser um presidente para todos os norte-americanos. Sua campanha rejeitou a declaração de apoio de um jornal da Ku Klux Klan dias antes da eleição, dizendo que Trump "repudia o ódio de qualquer forma".
Mas grupos de direitos civis e a polícia relataram um aumento nos ataques a grupos minoritários, alguns deles de pessoas que afirmaram apoiar Trump.