Por Roberta Rampton e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve enfrentar seu primeiro grande obstáculo legislativo nesta quinta-feira: uma votação "tudo ou nada" na Câmara dos Deputados sobre um plano que reverteria o sistema de saúde implantado pelo antecessor Barack Obama.
Alguns parlamentares veem Trump como o negociador que irá bater o martelo no acordo da nova lei de saúde na votação que os republicanos esperam realizar nesta quinta-feira, mas no final da noite de quarta-feira surgiram sinais de que o prazo pode ser prorrogado.
Não está claro se Trump convenceu correligionários suficientes a apoiarem o projeto de lei, e essa incerteza abalou os mercados financeiros. Na terça-feira as ações registraram sua maior queda diária desde a eleição presidencial de 8 de novembro devido aos temores relacionados ao drama da reforma da saúde.
Um fracasso na aprovação da legislação, chamada de Lei Americana de Acesso à Saúde, lançaria dúvidas sobre a capacidade do presidente de cumprir outros pontos de sua agenda que precisam da cooperação do Congresso de maioria republicana, entre eles planos ambiciosos de reforma tributária e de investimento em infraestrutura.
Inicialmente a votação no plenário da Câmara deveria começar perto das 19h (horário local) desta quinta-feira, mas próximo da meia-noite de quarta-feira os parlamentares ainda não haviam decidido a ocasião da votação, já que republicanos conservadores e moderados divergem sobre haver ou não necessidade de mudanças adicionais na proposta.
O presidente do Comitê de Regras da Câmara, Pete Sessions, disse que a votação pode acontecer ainda nesta quinta-feira e o mais tardar na segunda-feira.
Os deputados democratas estão unidos contra o projeto de lei, que pretende revogar e substituir a Lei de Saúde Acessível de 2010 de Obama.
Trump e o presidente da Câmara, Paul Ryan, precisam de muito apoio de seus partidários para aprovar o projeto de lei, e só podem se dar ao luxo de perder 21 votos republicanos.
Mas republicanos conservadores vêm se queixando por crer que a substituição é muito semelhante ao chamado Obamacare, e alguns de seus colegas moderados temem que ela afete a cobertura de saúde de milhões de eleitores.
Ainda que a legislação seja aprovada, irá enfrentar um segundo obstáculo no Senado, onde vários republicanos se pronunciaram contrários à versão da Casa Branca.
(Reportagem adicional de Susan Cornwell e Jeff Mason)