Por Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciará formalmente nesta terça-feira o que pode ser uma batalha dura para persuadir os eleitores a lhe concederem mais quatro anos no cargo, apostando que a economia forte pesará mais do que os temores com seu estilo heterodoxo e as políticas polarizadoras.
Em um comício à noite em Orlando, Trump, que deixou claro há tempos que vai concorrer à reeleição, começará a argumentar com mais convicção a favor de um segundo mandato.
O Trump de 2020 certamente se parecerá muito com o de 2016 -- ousado e disposto a atacar oponentes democratas e defender diretrizes firmes no comércio e na imigração.
"Estamos fazendo o melhor trabalho que alguém provavelmente já fez como presidente em primeiro mandato. Acho que fiz mais do que qualquer outro presidente em primeiro mandato já fez", disse Trump à rede ABC News.
Dois anos e meio depois de tomar posse, ele vê muitos fatores positivos, com destaque para uma economia em crescimento com desemprego baixo.
"Se a economia continuar forte, é muito provável que ele se reeleja", disse Newt Gingrich, confidente de Trump e ex-presidente republicano da Câmara dos Deputados
Mas os efeitos de um inquérito sobre a interferência da Rússia na eleição de 2016, somados a um estilo presidencial marcado por insultos e tuítes escandalosos, minaram a confiança de alguns norte-americanos em Trump antes da votação de novembro de 2020.
O presidente também provocou divisões com suas políticas severas para a imigração e incomodou negócios e grupos agrícolas com o uso de tarifas em disputas comerciais com a China e alguns aliados.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos de 11 de junho deu a Trump uma taxa de aprovação de 40% e uma desaprovação de 57%. Outras pesquisas de opinião o mostraram continuamente atrás de seus principais adversários democratas, como o ex-vice-presidente Joe Biden, em Estados essenciais nos quais a disputa é acirrada.
Estrategistas republicanos dizem que os fundamentos favorecem Trump no caminho para a eleição, mas que ele enfrenta desafios por causa de sua abordagem ríspida, que ele se recusa a conter.
"O apoio de sua base está tão forte quanto sempre foi para qualquer presidente republicano no cargo. O desafio é aumentá-lo e compor a coalizão que ele precisa para a reeleição", disse o estrategista republicano Ryan Williams, ex-conselheiro do candidato presidencial republicano Mitt Romney em 2012.