WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que os EUA vão se retirar da Síria “dentro de um período de tempo” e que quer proteger os combatentes curdos que contam com o apoio dos EUA à medida que as tropas norte-americanas reduzam sua permanência no país.
Trump não deu um cronograma para a retirada militar da Síria, anunciada por ele no mês passado à revelia dos conselhos de seus assessores de segurança nacional e sem consulta a parlamentares ou aos aliados dos EUA nas operações contra o Estado Islâmico.
A decisão levou o secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, a pedir demissão e deixar o cargo.
Durante uma reunião ministerial na Casa Branca, Trump disse, diante dos jornalistas, que nunca chegou a discutir um noticiado cronograma de quatro meses para a retirada dos 2 mil militares norte-americanos hoje alocados na Síria e em batalha contra o Estado Islâmico.
No últimos dias, Trump pareceu recuar de qualquer retirada apressada e ressaltou que qualquer operação do tipo deve ser lenta. “Estamos lentamente mandando nossas tropas de volta para casa, ao mesmo tempo em que lutamos contra o que resta do Isis [Estado Islâmico]”, disse ele no Twitter (NYSE:TWTR) na segunda-feira.
O senador republicano Lindsey Graham afirmou, após um almoço com Trump, se sentir mais tranquilo em relação à política para a Síria.
O parlamentar disse a jornalistas que o presidente dos EUA está comprometido em assegurar que a Turquia não entre em confronto com a milícia curda YPG logo depois que os EUA deixem a Síria, assegurando aos turcos que terão uma zona de proteção na região para que possam garantir seus próprios interesses.
A Turquia considera o YPG um ramo do movimento separatista curdo e ameaça lançar uma ofensiva contra o grupo, levantando o temor de que muitos civis sejam mortos em consequência.
(Reportagem de Jeff Mason)