Por Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que nunca pediu ao ex-conselheiro da Casa Branca Donald McGahn que demitisse o procurador especial Robert Mueller, como descrito no relatório de Mueller acerca de sua investigação sobre a suposta interferência russa na eleição norte-americana de 2016 e na campanha de Trump.
"Como foi incorretamente informado pelas fake news da mídia, eu nunca disse ao conselheiro da Casa Branca na época, Don McGahn, para demitir Robert Mueller, muito embora eu tivesse o direito legal de assim fazer. Se eu quisesse demitir Mueller, não precisaria que McGahn fizesse isso, eu poderia ter feito por conta própria", escreveu Trump no Twitter.
O presidente democrata do painel do Judiciário da Câmara emitiu uma intimação para que McGahn testemunhe e forneça documentação ao comitê, mas não está claro se a Casa Branca vai cumprir o processo. Trump prometeu combater todas as intimações dos democratas da Câmara sondando sua administração.
O relatório de 448 páginas parcialmente redigido, que foi liberado na semana passada, revelou diversas conexões entre a campanha de Trump e governo russo e descreveu como Trump tentou impedir a investigação.
O relatório mencionou um incidente em junho de 2017, quando Trump ligou para McGahn dizendo que o conselheiro deveria se dirigir ao vice-procurador-geral, Rod Rosenstein, que estava supervisionando a investigação, para remover Mueller devido a conflitos de interesse.
Trump também tentou levar McGahn a contestar relatos da mídia sobre a tentativa do presidente de demitir Mueller, informou o relatório.
As conclusões de Mueller construíram um caso indicando que Trump cometera obstrução de justiça, mas foram interrompidas antes de concluir que o presidente havia cometido um crime, embora isso também não tenha exonerado Trump.
O relatório também concluiu que não houve evidências suficientes para estabelecer que a campanha de Trump teve envolvimento criminal em uma conspiração com Moscou.