Por David Brunnstrom e Tommy Wilkes
NAÇÕES UNIDAS/COX'S BAZAR, Bangladesh (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está fazendo um apelo ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para adotar uma "ação forte e rápida" para encerrar a crise dos rohingyas em Mianmar, disse o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, nesta quarta-feira, qualificando a violência no país asiático como uma ameaça à região e além.
Pence, que discursou em uma reunião do Conselho de Segurança sobre reformas nas missões de paz, acusou os militares de Mianmar de reagirem a ataques militantes contra postos de segurança do governo "com uma selvageria terrível, incendiando vilarejos, expulsando os rohingyas de suas casas".
O vice-presidente repetiu um pedido de seu país para que os militares de Mianmar ponham fim à violência imediatamente e apoiem esforços diplomáticos para uma solução de longo prazo.
"O presidente Trump e eu também pedimos ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que adote uma ação forte e rápida para trazer um fim a esta crise e levar esperança e ajuda ao povo rohingya nesta hora de necessidade".
Seus comentários foram os mais enfáticos do governo norte-americano em resposta à violência no Estado de Rakhine, que começou no mês passado e forçou mais de 422 mil muçulmanos rohingyas a ir para a vizinha Bangladesh fugindo de uma ofensiva militar que a ONU disse ser uma limpeza étnica.
Pence classificou a violência e o "êxodo histórico" dos rohingyas, incluindo milhares de crianças, como "uma grande tragédia".
Os episódios de violência tiveram início em 25 de agosto, quando insurgentes rohingyas atacaram cerca de 30 postos da polícia e um acampamento do Exército, matando cerca de 12 pessoas.
A menos que a violência seja detida, ela só irá piorar e "consumir a região durante gerações e ameaçar a paz de todos nós", disse Pence.