Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um discurso de despedida nesta terça-feira, pediu orações para o novo governo do presidente eleito Joe Biden, mas sem citar nominalmente o sucessor democrata.
“Esta semana, começaremos um novo governo e rezamos pelo seu sucesso em manter os EUA seguros e prósperos”, disse o presidente republicano em um vídeo. “Estendemos nossos melhores desejos e também queremos que eles tenham sorte -- uma palavra muito importante”.
Trump se recusou a conceder a derrota a Biden, que venceu a eleição de 3 de novembro com 306 votos no Colégio Eleitoral contra 232 de Trump. O presidente em fim de mandato não se reunirá com Biden antes da posse do democrata, na quarta-feira, às 14h (horário de Brasília), e planeja viajar para a Flórida, onde deve morar depois de seu mandato na Casa Branca.
Em sua campanha, Trump prometeu “Tornar a América Grande Novamente”, mas deixa a Presidência com mais de 400.000 pessoas mortas por coronavírus, cujos riscos ele minimizou, uma economia em crise por causa da pandemia, e relações tensas com aliados históricos dos EUA.
Trump ficou fechado na Casa Branca durante as últimas semanas de seu mandato, após a invasão de seus apoiadores ao Congresso que deixou cinco pessoas mortas, incluindo um policial.
A invasão, que aconteceu depois de um comício em que Trump repetiu as falsas alegações de fraude eleitoral, ofuscou qualquer tentativa de enfatizar o legado do presidente em seus últimos dias no poder.
Em comentários gravados, Trump tentou destacar aspectos da seu governo dos quais se orgulha.
“Fizemos o que viemos fazer, e muito mais”, disse. “Eu enfrentei as batalhas difíceis, as lutas mais duras, tomei as decisões mais difíceis -- porque foi para isso que vocês me elegeram”.
Trump, que deixa a Presidência entre profundas divisões no país, mencionou a invasão ao Congresso, que ele demorou a condenar nos momentos imediatamente seguintes à violência de 6 de janeiro.
“Todos os norte-americanos ficaram horrorizados pelo ataque ao nosso Congresso. A violência política é um ataque a tudo que valorizamos como norte-americanos. Não pode nunca ser tolerado”.
(Reportagem adicional de Mohammad Zargham e Doina Chiacu)