Por Jan Wolfe e Tom Hals
(Reuters) - A equipe de campanha do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perdeu ações judiciais nos Estados-chave da Geórgia e de Michigan nesta quinta-feira, mas prometeu ingressar com uma nova contestação contra o que descreveu serem irregularidades em Nevada.
No caso da Geórgia, a equipe de Trump alegou que 53 cédulas atrasadas foram misturadas com cédulas dentro do prazo. Em Michigan, procurava interromper a apuração e obter maior acesso ao processo de contagem de votos.
Juízes estaduais rejeitaram os dois processos nesta quinta-feira.
O juiz James Bass, do tribunal superior da Geórgia, disse que "não havia provas" de que as cédulas em questão eram inválidas.
A juíza do Michigan Cynthia Stephens afirmou em sua decisão: "Não tenho base para concluir que há uma probabilidade substancial de sucesso quanto ao mérito."
Aliados de Trump alegaram ainda que houve irregularidades na votação no populoso Condado de Clark, em Nevada, que inclui Las Vegas.
Uma porta-voz da campanha de Trump não respondeu aos pedidos de comentários sobre as decisões de Michigan e da Geórgia.
Os votos ainda estão sendo contados nos três Estados, que estão entre os poucos Estados-chave que podem decidir a Presidência.
Em uma entrevista coletiva em Las Vegas nesta quinta-feira, o ex-procurador-geral de Nevada Adam Laxalt e outros representantes da equipe de Trump não deram provas para apoiar suas alegações de irregularidades e não responderam às perguntas dos repórteres.
O candidato democrata Joe Biden tem uma pequena vantagem em Nevada, enquanto Trump uma pequena liderança na Geórgia e Biden tem uma projeção de vitória em Michigan.
Bob Bauer, um conselheiro sênior da campanha de Biden, chamou os vários processos judiciais de Trump de uma distração "sem mérito", e disse que a estratégia foi projetada para minar a integridade do processo eleitoral.
"Não tem outro propósito além de confundir o público a respeito do que está acontecendo e apoiar suas alegações infundadas de irregularidade", disse Bauer em conversa com repórteres.
Especialistas jurídicos-eleitorais disseram que a estratégia legal de Trump não deve ter um impacto decisivo no resultado da eleição.
Trump disse repetidamente que espera que a Suprema Corte dos EUA, que tem uma maioria conservadora de 6-3 incluindo três juízes que ele nomeou, tenha um papel fundamental.
Mas é improvável que o tribunal tenha a palavra final de forma decisiva, e qualquer contestação teria que seguir seu caminho através do processo judicial normal, dizem especialistas legais.
(Por Jan Wolfe e Karen Freifeld)