Por Stephanie Kelly e Jarrett Renshaw
FILADÉLFIA (Reuters) - Alguns eleitores do ex-candidato independente à Presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy Jr., que encerrou sua candidatura à Casa Branca e apoiou Donald Trump no mês passado, agora estão apoiando o republicano.
Em uma disputa que deve ser vencida por margens estreitas em Estados cruciais, como Pensilvânia e Michigan, Trump e a candidata democrata Kamala Harris estão lutando por uma pequena fatia de eleitores indecisos.
Isso torna o endosso de Kennedy potencialmente significativo porque ele deixou a disputa no final de agosto com cerca de 4% de apoio.
Kamala tem subido nas pesquisas desde que se tornou a candidata do Partido Democrata no final de julho e está à frente na pesquisa nacional mais recente da Reuters/Ipsos, divulgada na terça-feira.
No entanto, algumas pesquisas mostram que Trump conquistou mais apoiadores de Kennedy do que Kamala na última semana.
Os porta-vozes de Kennedy e da campanha de Kamala não responderam a pedidos por comentários em um primeiro momento.
A Reuters entrevistou 11 apoiadores de Kennedy, cinco em Estados cruciais, depois que ele desistiu da campanha e se juntou à equipe de Trump.
Seis disseram que agora votarão em Trump e um está inclinado a votar em Trump. Um deles disse que votará em Trump se Kennedy não for uma opção na cédula de seu Estado. Um ainda está decidindo entre votar em Trump ou Kennedy, e um está decidindo entre votar em Trump ou na candidata do Partido Verde, Jill Stein. Apenas um dos 11 planeja votar em Kamala.
Matthew McCloskey, um consultor de bem-estar de 26 anos de Holland, Michigan, apoiou Stein na eleição de 2016 e votou em Andrew Yang em 2020. Ele estava apoiando Kennedy este ano e agora votará em Trump.
"Fui empurrado junto com muitos democratas antiguerra e anticorrupção para fora do meu próprio partido", disse McCloskey, apontando para os amplos conflitos em que os EUA estão envolvidos.
Ele disse que a inclusão de Kennedy na equipe de Trump, e potencialmente em um novo governo, mostra que Trump está "falando sério sobre realmente desafiar essa captura corporativa de nossas agências governamentais".
Embora a pesquisa da Reuters não tenha sido estatisticamente significativa, pesquisas mais amplas também mostram que Trump pode ter a vantagem de cortejar os apoiadores de Kennedy nos Estados onde a disputa está mais acirrada.
Em Michigan, Trump recebeu um aumento de 2% a 3% do endosso de Kennedy, o que o ajudou a abrir um ponto de vantagem sobre Kamala no estado, de acordo com a pesquisa da EPIC-MRA, uma empresa de pesquisas sediada em Michigan, feita antes do debate entre Trump e Kamala em 10 de setembro.
Esses 2%-3% se traduzem em até 165.000 eleitores de Michigan, disse Bernie Porn, presidente da EPIC-MRA. O presidente norte-americano, Joe Biden, venceu em Michigan por cerca de 154.000 votos em 2020.
A campanha de Trump disse em resposta a esta reportagem que Trump está "construindo o maior e mais diversificado movimento político da história".
(Reportagem de Stephanie Kelly e Jarrett Renshaw)