Por Susan Heavey e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionou o Congresso de maioria republicana nesta segunda-feira a aprovar a reforma do sistema de saúde, mas ainda há grandes obstáculos no Senado, já que parlamentares de peso de seu partido expressaram pessimismo a respeito das chances de revogar o chamado Obamacare.
A Câmara dos Deputados aprovou seu próprio projeto de lei da saúde em maio, mas a versão do Senado parece cada vez mais ameaçada, no momento em que os parlamentares voltaram a Washington depois de um recesso de uma semana.
"Não consigo imaginar que o Congresso ousaria deixar Washington sem um lindo e novo projeto de lei da saúde totalmente aprovado e pronto!", escreveu Trump no Twitter, referindo-se ao empenho de sete anos dos republicanos para desmantelar a conquista legislativa mais emblemática do ex-presidente democrata Barack Obama.
Trump pareceu estar fazendo menção ao recesso parlamentar típico de agosto.
Os líderes republicanos do Senado enfrentaram uma revolta em suas fileiras, com os senadores mais moderados inquietos com a previsão de que milhões de norte-americanos vão perder sua cobertura médica com a nova legislação e conservadores linha-dura afirmam que o projeto de lei mantém intactas muitas partes do Obamacare.
O senador republicano Pat Toomey disse que uma nova versão da legislação deve ser divulgada nesta segunda-feira, dizendo ao programa "Squawk Box", da rede CNBC, que "existe uma possibilidade" de se obter os 50 votos que seu partido precisa para garantir a aprovação no Senado de 100 cadeiras. O vice-presidente, Mike Pence, terá o voto de desempate.
Revogar e substituir a Lei do Cuidado Acessível, apelidado de Obamacare, foi uma promessa de campanha central de Trump.
Obamacare ampliou o seguro de saúde para cerca de 20 milhões de pessoas, sendo grande parte do aumento se deu por meio da ampliação do programa de seguro de saúde estatal Medicaid para os pobres e deficientes.