Por Roberta Rampton e Joyce Lee
OSAKA/SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs neste sábado um encontro com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, neste fim de semana, na zona desmilitarizada (DMZ) entre as Coreias do Sul e do Norte, que a Coreia do Norte afirmou que seria significativo no avanço das relações, caso realmente aconteça.
Se Trump e Kim se encontrarem, seria a terceira vez em pouco mais de um ano, e apenas quatro meses depois de a segunda cúpula entre eles terminar sem qualquer progresso na tentativa norte-americana de pressionar a Coreia do Norte a abrir mão de armas nucleares.
A Coreia do Norte disse que um encontro no fim de semana entre Kim e Trump, que deve retornar a Washington no domingo, seria “significativo”, embora não tenha recebido uma proposta oficial.
Trump fez a proposta de se encontrar com Kim em um comentário no Twitter sobre sua visita à Coreia do Sul, onde ele aterrissou neste sábado, ao fim da reunião de cúpula do G20, em Osaka, no Japão.
“Uma vez lá, se o presidente Kim da Coreia do Norte vir isto aqui, eu o encontraria na Fronteira/DMZ apenas para apertar sua mão e dizer oi!”, disse Trump, dizendo depois que a ideia foi no calor do momento: “Acabei de pensar nisso esta manhã”.
“Se ele estiver lá, vamos nos ver por dois minutos, é tudo que podemos, mas tudo bem”, disse, acrescentando que ele e Kim “se dão muito bem”.
Por volta de cinco horas depois da proposta de Trump, um oficial importante da Coreia do Norte afirmou que uma reunião entre Trump e Kim na DMZ seria “significativa” para avançar as relações.
“Vemos como uma sugestão muito interessante, mas não recebemos uma proposta oficial”, disse a primeira vice-ministra de Relações Exteriores norte-coreana, Choe Son Hui, em um comunicado, segundo a agência de notícias estatal KCNA.
“Se uma cúpula entre RPDC e EUA for realizada na linha de fronteira, como pretende o presidente Trump, serviria como uma outra ocasião significativa para aprofundar as relações pessoais entre os dois líderes e avançar as relações bilaterais”, disse Choe.
Ela se referiu à Coreia do Norte pelo seu nome oficial, República Popular Democrática da Coreia.
Posteriormente, Trump afirmou em entrevista coletiva que “talvez nos reuniremos com o presidente Kim... Kim Jong Un foi bem receptivo”.
Ele acrescentou: “Não vamos chamar de cúpula. Vamos chamar de um aperto de mão”, e disse que ficaria muito confortável em cruzar a fronteira com a Coreia do Norte, caso se encontre com Kim na DMZ.
“Estamos trabalhando nisso no momento”, disse Trump, ao chegar a Seul, ao ser questionado se haveria uma reunião em três vias com Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-In, no domingo. “Vamos ver”.
(Reportagem adicional de Ben Blanchard e David Brunnstrom)