WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofendeu uma âncora de telejornal nesta quinta-feira, chamando-a de "louca" e sugerindo que ela estaria com um sangramento em consequência de uma cirurgia plástica no rosto, em ataque pelo Twitter que gerou duras críticas a Trump, inclusive de outros republicanos.
Trump, que critica com frequência a mídia norte-americana pelo que afirma ser "notícias falsas" e que nesta semana já havia atacado CNN, New York Times e Washington Post, desferiu seus golpes contra os apresentadores do programa "Morning Joe", da MSNBC, Joe Scarborough e Mika Brzezinski.
O presidente chamou Mika, jornalista e filha do ex-assessor de segurança nacional da Casa Branca Zbigniew Brzezinski, de "baixo Q.I. Mika Louca", e disse que ela estava "sangrando bastante por uma cirurgia facial" quando visitou uma de suas propriedades no período do Ano Novo.
Trump referiu-se ao ex-parlamentar republicano Scarborough como "Psicótico Joe".
O presidente norte-americano é conhecido pela presença constante no Twitter, que inclui ataques a críticos e a adversários, mas seus tuítes nesta quinta-feira provocaram reação particularmente forte.
"Este é um dia triste para os Estados Unidos, quando o presidente gasta seu tempo ofendendo, mentindo e vomitando ataques pequenos a pessoas em vez de fazer o seu trabalho", disse a assessoria de comunicação da MSNBC no Twitter.
O programa "Morning Joe" transmitiu entrevistas ao vivo por telefone com Trump durante a campanha presidencial de 2016, mas seus âncoras têm se tornado cada vez mais críticos desde que ele tomou posse em janeiro. No programa desta manhã, Mika criticou o governo Trump e disse que os funcionários não deveriam agir "lobotomizados" por terem tanto medo do presidente.
Parlamentares republicanos e outros criticaram a postura de Trump. "(Os tuítes) representam o que há de errado na política norte-americana, e não a grandeza dos EUA", disse o senador republicano Lindsey Graham, enquanto outro senador republicano, Ben Sasse, descreveu as declarações de Trump como "ausentes da dignidade de seu gabinete".
A Casa Branca, no entanto, defendeu o presidente e afirmou que Trump não foi longe demais nos tuítes.