WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira ao Congresso que aprove uma legislação anti-imigração, um dia depois de dizer que não cogitará um acordo para proteger imigrantes jovens e que encerrará um pacto comercial com o México se o vizinho não proteger mais a fronteira.
"O Congresso precisa aprovar imediatamente a legislação de fronteira, usar a 'opção nuclear' se necessário, para deter o influxo em massa de drogas e pessoas... aja agora, Congresso, nosso país está sendo roubado!", tuitou Trump. A opção nuclear é um procedimento parlamentar que, na prática, permite ao Senado decidir uma questão por maioria simples.
Trump reiterou seu pedido para que o México impeça as pessoas de entrarem nos EUA, dizendo que as "leis de fronteira (mexicanas) funcionam".
Um de seus tuítes aparentemente se referiu a um grupo de 1.500 homens, mulheres e crianças de Honduras, Guatemala e El Salvador que estão viajando em uma assim chamada "caravana de refugiados" organizada pelo Povo Sem Fronteiras, um grupo de defesa da imigração com sede nos EUA.
Uma das principais promessas de campanha de Trump foi construir um muro na fronteira sul dos EUA e insistir para que o México pague por ele -- o que o governo mexicano se recusa a fazer.
Trump disse estar aberto a negociar com democratas do Congresso para receber fundos para o muro em troca de proteção para imigrantes jovens que entraram no país como crianças, os chamados "Dreamers" (sonhadores).
O ex-presidente Barack Obama lançou o programa em 2012. Trump o cancelou em outubro, mas tribunais determinaram que por ora ele pode continuar em vigor.
Os EUA também estão envolvidos na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) com o México e o Canadá.
A porta-voz da Casa Branca não respondeu de imediato a um pedido de comentário enviado por email.
Apesar das concessões de Trump aos parlamentares democratas no tema da imigração, nenhum acordo ainda foi firmado. O Senado, que é controlado pelos republicanos, estudou várias propostas ligadas ao tema em fevereiro, mas rejeitou todas.
Nos primeiros meses da gestão Trump, o número de pessoas que cruzaram a fronteira ilegalmente e foram apreendidas recuou, mas a partir de abril de 2017 aumentou e ultrapassou o do governo Obama.
(Por Makini Brice)