Por Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou haver uma "Pocahontas" no Congresso norte-americano nesta segunda-feira, durante uma reunião com indígenas norte-americanos veteranos da Segunda Guerra Mundial em uma referência aparentemente depreciativa à senadora democrata Elizabeth Warren, do Estado de Massachusetts.
Após escutar um veterano falando longamente sobre sua experiência como alguém que falava o código Navajo durante a guerra, Trump louvou os veteranos e afirmou que não faria comentários preparados.
"Você estavam aqui antes de qualquer um de nós estar aqui", disse Trump. "Ainda que tenhamos um representante no Congresso que dizem estar aqui há muito tempo. Eles a chamam de Pocahontas."
Trump se referiu à senadora repetidas vezes como "Pocahontas", nome de uma indígena norte-americana famosa do século XVII, durante sua campanha presidencial em uma referência zombeteira ao fato de Elizabeth Warren ter dito, no passado, que possui ancestrais indígenas.
Elizabeth Warren, uma das democratas liberais mais proeminentes do Senado norte-americano, é uma notável estudiosa jurídica que ensinou na Faculdade de Direito de Harvard e serviu como conselheira do ex-presidente Barack Obama, antes de ser eleita para o Senado em 2012.
"É profundamente lamentável que o presidente dos Estados Unidos não possa nem passar por uma cerimônia honrando estes heróis sem fazer um insulto racial", disse a senadora à MSNBC.
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, contestou a caracterização dos comentários de Trump como insulto racial.
"Eu acho que o que a maioria das pessoas acha ofensivo é a senadora Warren mentir sobre sua descendência para avançar sua carreira", disse Sanders aos jornalistas.
Os comentários de Trump foram parar nas redes sociais.
A palavra "Pocahontas" apareceu 12 vezes no Twitter a cada segundo, de acordo com a empresa Zoomph, analista de mídias sociais. Algumas das palavras associadas com Pocahontas foram "insultante", "lamentável" e "racista".