Por Dan Williams
JERUSALÉM (Reuters) - Três judeus israelenses presos pelo assassinato de um adolescente palestino confessaram ter sequestrado e ateado fogo ao jovem, segundo autoridades nesta segunda-feira. O incidente contribuiu para desencadear uma semana de conflitos entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza.
Suspendendo o sigilo judicial sobre o caso, Israel disse que os suspeitos, dois deles menores de idade, disseram aos interrogadores que ao matar Mohammed Abu Khudair buscavam vingança pelo assassinato de três seminaristas judeus na Cisjordânia ocupada no mês passado.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados porque eles ainda não foram formalmente indiciados.
As tensões aumentaram em torno dos dois incidentes. Mais de 166 palestinos, a maioria civis, foram mortos pela ofensiva israelense em Gaza, dominada pelo grupo militante Hamas. Centenas de foguetes foram disparados de Gaza contra Israel.
O suspeito adulto enfrenta as acusações mais graves e deve alegar como atenuante ter sofrido de distúrbios mentais no passado.
"Espero em breve ter acesso aos dados da investigação, onde eu vou buscar apoio para a avaliação de que há um problema complexo em matéria de culpabilidade penal do meu cliente", disse um advogado da Honenu, uma organização de ajuda legal a ultranacionalistas israelenses.
De acordo com a agência de segurança Shin Bet, de Israel, na madrugada de 2 de julho, enquanto os muçulmanos marcavam o fim do Ramadã, os três suspeitos "patrulharam os bairros árabes de Jerusalém por horas, em uma tentativa de encontrar uma vítima para o sequestro, até que avistaram Mohammed Abu Khudair".
Forçando-o a entrar no carro, eles dirigiram até uma floresta fora da cidade onde o suspeito de 29 anos bateu na cabeça da vítima com uma barra de ferro e ajudou os dois jovens de 17 anos a encharcá-lo com combustível e atear fogo em seu corpo, segundo o Shin Bet.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que culpou o Hamas pela morte dos jovens judeus e lançou uma ofensiva contra o grupo islâmico palestino, lamentou o assassinato de Abu Khudair, que classificou como "repugnante". Ele ordenou que a polícia encontrasse os culpados rapidamente e prometeu punição.