CAIRO (Reuters) - A Tunísia emitiu um alerta internacional de prisão contra o ex-presidente Moncef Marzouki, noticiou a agência de notícias estatal TAP nesta quinta-feira, um mês depois que ele pediu à França para encerrar o apoio ao atual governo tunisiano.
Não houve detalhes sobre as acusações que Marzouki enfrenta, mas o atual presidente, Kais Saied, determinou no mês passado uma investigação sobre o que ele disse serem alegações de que Marzouki conspirou contra a segurança do Estado.
Saied tem enfrentado críticas crescentes no exterior desde que assumiu o Executiva em julho, para, na sequência, deixar de lado a maior parte da Constituição e assumir um poder quase total, em movimentos que Marzouki e outros críticos têm chamado de golpe.
Saied anunciou um novo governo em outubro e prometeu um "diálogo" nacional, mas ainda não apresentou um plano detalhado para restaurar a ordem constitucional normal.
Marzouki, que governou de 2011 a 2014, disse à TV Al Jazeera que não ficou surpreso com o mandado de prisão e chamou-o de "uma mensagem ameaçadora a todos os tunisianos". Nas últimas semanas, o ex-presidente tem ficado na França, ex-potência colonial da Tunísia, que ainda tem uma influência considerável sobre o país.
A TAP afirmou que o pedido de prisão foi emitido pelo juiz de instrução encarregado do caso de Marzouki, citando o gabinete de comunicações do Tribunal de Primeira Instância de Túnis.
(Reportagem de Ahmad Elhamy e Alaa Swilam)