Por Nick Tattersall, Jack Stubbs e Jeffrey Heller
ISTAMBUL/MOSCOU/JERUSALÉM, 27 jun (Reuters) - A Turquia anunciou nesta segunda-feira a restauração de laços diplomáticos com Israel após uma ruptura que durou seis anos e expressou arrependimento em relação à Rússia sobre o abate de um avião de guerra, buscando retomar relações e amenizar o sentimento de isolamento no cenário mundial.
O acordo com Israel, após anos de negociações, foi uma rara reaproximação no dividido Oriente Médio, motivado pela possibilidade de lucrativos acordos de gás pelo Mediterrâneo, assim como preocupações mútuas sobre crescentes riscos de segurança.
O primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, disse que os dois países enviariam embaixadores assim que possível. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que o acordo teria “imensas implicações” para a economia de Israel.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, afirmou que "com esse acordo, as relações econômicas vão começar a melhorar".
Enquanto isso, o Kremlin disse que Erdogan havia pedido desculpas a Vladimir Putin por conta da derrubada, no ano passado, de um jato da força aérea russa por militares turcos, abrindo caminho para a Rússia retirar sanções econômicas.
Um porta-voz de Erdogan, Ibrahim Kalin, confirmou que uma carta fora enviada para Putin, embora tenha dito que não representava explicitamente um pedido de desculpas, algo que autoridades turcas há tempos descartaram. Kalin disse que Erdogan havia expressado arrependimento e mostrado simpatia para com a família do piloto.
“Acredito que vamos normalizar nossas relações com a Rússia rapidamente ao encerrar a situação existente, a qual não é do interesse de nenhum dos lados”, disse Erdogan em um jantar de encerramento do mês sagrado do Ramadã.
As medidas acontecem à medida que o governo turco, repleto de aliados de Erdogan, reavalia sua política externa. Ancara vê as relações abaladas não apenas com Israel e Rússia, mas também com os Estados Unidos e com a União Europeia nos últimos meses.
O pior pesadelo da Turquia na Síria aconteceu: o apoio russo permitiu que seu inimigo, o presidente Bashar al-Assad, permaneça no poder, ao passo que milícias curdas têm se beneficiado de apoio dos EUA à medida que combatem o Estado Islâmico, impulsionando suas posições em territórios adjacentes aos da fronteira turca.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR