ANCARA (Reuters) - A Turquia criticou duramente nesta quinta-feira a decisão de um júri dos Estados Unidos que condenou um banqueiro turco por ajudar o Irã a driblar sanções, qualificando-a como "injusta e infeliz", e considerou o julgamento uma interferência inédita nos assuntos internos de Ancara.
O veredicto, que encerrou um julgamento de quase quatro semanas que já havia tensionado as relações entre a Turquia e os EUA, só deve aumentar a tensão entre os dois aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Mehmet Hakan Atilla, executivo do estatal Halkbank, foi condenado por cinco das seis acusações que recebeu, incluindo fraude bancária e conspiração para violar a lei de sanções dos EUA, em um tribunal federal de Manhattan, na quarta-feira.
"É um desfecho injusto e infeliz que o vice-gerente-geral do Halkbank, Mehmet Hakan Atilla, tenha sido considerado culpado", disse o Ministério das Relações Exteriores turco em um comunicado.
"O tribunal dos EUA, em um processo que se realizou apoiado em assim chamadas 'provas', que são falsas e abertas à exploração política... fez uma interferência inédita nos assuntos internos da Turquia".
Em um comunicado, o Halkbank disse que Atilla tem direito de recorrer contra o veredicto e que não está envolvido no processo norte-americano, e observou que a corte não tomou nenhuma decisão financeira ou administrativa contra o banco.
O Halkbank negou qualquer irregularidade e disse que suas transações estão de acordo com os regulamentos locais e internacionais.
(Por Tulay Karadeniz)