ISTAMBUL (Reuters) - A Turquia poderia avaliar a candidatura da Finlândia à entrada na aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) independentemente da proposta de adesão da Suécia, disse o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, nesta segunda-feira, depois que protestos que incluíram a queima de um Alcorão em Estocolmo provocaram indignação em Ancara.
"É uma abordagem justa estabelecer uma diferença entre um país problemático e um menos problemático. Podemos avaliar os pedidos (finlandês e sueco) à Otan separadamente se a Otan e esses países tomarem uma decisão sobre isso", afirmou Cavusoglu.
A Suécia e a Finlândia se inscreveram no ano passado para entrar na Otan após a invasão da Ucrânia pela Rússia e precisam da aprovação de todos os países membros para ingressar. A Turquia e a Hungria ainda não ratificaram a adesão dos países nórdicos.
A Turquia nunca foi contra a expansão da Otan, acrescentou Cavusoglu. Mas as medidas tomadas pela Suécia sob um acordo trilateral assinado no ano passado não são suficientes, disse ele.
Na semana passada, a Turquia suspendeu as negociações sobre a Otan com a Suécia e a Finlândia por causa dos protestos em Estocolmo. O presidente turco, Tayyip Erdogan, sinalizou no domingo que Ancara pode concordar com a adesão da Finlândia à Otan antes da Suécia.
A Turquia diz que a Suécia, em particular, abriga o que diz serem militantes do banido Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que pegou em armas contra o Estado turco em 1984.
(Reportagem de Ezgi Erkoyun)