ANCARA/JERUSALÉM (Reuters) - Turquia e Israel assinaram um acordo nesta terça-feira para normalizar as relações após uma desavença que durou seis anos, formalizando um entendimento que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse representar um "sinal de esperança" para a estabilidade regional.
O acordo, anunciado na segunda-feira pelos primeiros-ministros dos dois países, foi uma reaproximação rara no dividido Oriente Médio, impulsionada pela perspectiva de acordos de comercialização de gás no Mar Mediterrâneo e pelos temores mútuos dos riscos de segurança crescentes.
O pacto foi assinado oficialmente nesta terça-feira pelo subsecretário de Relações Exteriores turco, Feridun Sinirlioglu, em Ancara, e pelo diretor-geral do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Dore Gold, em Jerusalém, informaram as autoridades.
As relações entre Israel e aquele que já foi seu principal aliado muçulmano desandaram depois que fuzileiros navais israelenses tomaram de assalto um navio de ativistas turcos que tentavam romper o bloqueio naval de Israel à Faixa de Gaza em maio de 2010, e mataram 10 turcos a bordo.
Conforme o acordo, o bloqueio, que Ancara queria ver suspenso, irá permanecer, mas a ajuda humanitária pode continuar a ser transferida para o território palestino de Gaza através dos portos israelenses.
Também na segunda-feira, o premiê turco, Binali Yildirim, disse que os dos países podem indicar embaixadores "em uma semana ou duas".
(Por Tulay Karadeniz; reportagem adicional de Nidal al-Mughrabi, em Gaza, e Jeffrey Heller, em Jerusalém)