ANCARA (Reuters) - A Turquia deve conduzir novas operações militares ao longo de suas fronteiras depois de suas duas ofensivas na Síria, afirmou o presidente Tayyip Erdogan neste domingo, ao anunciar seu manifesto para as eleições do mês que vem.
A Turquia atualmente conduz uma ofensiva na região de Afrin, no norte da Síria, contra a milícia curda síria YPG, considerada por Ancara como uma organização terrorista ligada a militantes curdos que atuam em solo turco.
A campanha de Afrin é a segunda operação além-fronteira da Turquia na Síria desde o início da guerra civil de sete anos no país vizinho.
A primeira, chamada de "Escudo do Eufrates", mirava combatentes do Estado Islâmico e curdos mais ao leste de Afrin, e foi completada no início de 2017.
Discursando a milhares de apoiadores em Istambul, Erdogan disse que as operações turcas ao longo de sua fronteira no sul continuariam "até não sobrar mais nenhum terrorista".
"Nós não iremos desistir de reprimir organizações terroristas. Neste novo período, a Turquia fará novas campanhas além da operação Escudo do Eufrates para liberar suas fronteiras", disse Erdogan.
Ele já ameaçou estender sua ofensiva de Afrin contra o YPG mais ao leste até Manbij, onde tropas dos Estados Unidos estão reunidas, arriscando confrontos entre aliados da Otan.
A Turquia considera o YPG uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), banido por lei, e está enfurecida com o apoio dos Estados Unidos à milícia.
(Reportagem de Tuvan Gumrukcu)