Por Daren Butler
ISTAMBUL (Reuters) - O ministro turco da Defesa, Ismet Yilmaz, negou que alguns soldados do país tenham entrado na Síria no último fim de semana e disse que Ancara não cogita enviar tropas para o país vizinho, afirmou a agência de notícias estatal Anadolu nesta segunda-feira.
O governo sírio declarou que se acredita que forças turcas estavam entre os 100 atiradores que entraram em seu território no sábado com 12 picapes equipadas com metralhadoras de alto calibre para uma operação de entrega de suprimentos aos insurgentes que lutam nos arredores de Damasco.
"Não é verdade... nem se cogita soldados turcos entrando na Síria", respondeu Yilmaz a uma comissão parlamentar da Turquia quando indagado pelo Ministério das Relações Exteriores sírio sobre a alegação, feita em uma carta ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O Exército da Turquia bombardeou alvos da milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo) no norte da Síria no final de semana, depois de o grupo tomar uma base aérea ao norte da cidade de Aleppo, complicando ainda mais o conflito na fronteira sul do país-membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Ancara vê o YPG como uma organização terrorista e uma extensão do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que luta por autonomia no sudeste turco há 31 anos.
Washington, que não considera o YPG terrorista, apóia os confrontos do grupo contra o Estado Islâmico na Síria.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutolgu, exigiu que o YPG se retire de áreas que capturou dos rebeldes sírios.
No domingo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exortou a Rússia a parar de bombardear rebeldes "moderados" na Síria em apoio ao presidente sírio, Bashar al-Assad, seu aliado, em uma campanha que o Ocidente considera um grande obstáculo nos esforços para pôr fim à guerra.