Por Orhan Coskun
ANCARA (Reuters) - A Turquia prendeu dois suspeitos que confessaram espionar cidadãos árabes para os Emirados Árabes Unidos e está investigando se a chegada de um deles ao país turco teve relação com o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi, disse uma autoridade sênior nesta sexta-feira.
Um dos dois homens chegou à Turquia em outubro de 2018, dias após Khashoggi ter sido assassinado dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, afirmou a autoridade, acrescentando que o outro havia chegado posteriormente para ajudar seu colega com a carga de trabalho.
"Estamos investigando se a chegada do primeiro indivíduo na Turquia estava relacionada ao assassinato de Jamal Khashoggi", disse. Segundo a autoridade, a pessoa havia sido monitorada por seis meses antes das prisões em Istambul na segunda-feira.
"É possível que tenha havido uma tentativa de coletar informações sobre árabes, incluindo dissidentes políticos que vivem na Turquia."
Khashoggi, um colunista do Washington Post que criticava o príncipe-herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, foi morto no consulado em 2 de outubro por uma equipe de agentes sauditas, provocando um clamor internacional.
A CIA e alguns países ocidentais acreditam que o príncipe herdeiro ordenou o assassinato, o que autoridades sauditas negam. A promotoria da Arábia Saudita indiciou 11 suspeitos não identificados, incluindo cinco que podem enfrentam pena de morte por acusações de ordenar e cometer o crime.
Um representante do Ministério de Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos não estava imediatamente disponível para comentário, enquanto o porta-voz do Ministério do Interior da Turquia recusou-se a comentar o assunto.
Um porta-voz da polícia de Istambul confirmou estar envolvido na operação.
(Por Orhan Coskun)