ANCARA/ISTAMBUL (Reuters) - Autoridades turcas suspenderam quase 13 mil policiais, prenderam dezenas de militares da Força Aérea e fecharam um canal de TV nesta terça-feira, ampliando a repressão do Estado contra os que são percebidos como inimigos após a tentativa de golpe fracassada de julho.
O comando da polícia disse que 12.801 agentes, incluindo 2.523 em posição de chefia, foram suspensos porque são suspeitos de terem ligação com o clérigo que mora nos Estados Unidos Fethullah Gulen, a quem Ancara acusa de ter planejado a tentativa de derrubar o governo.
Gulen, que decidiu se exilar na Pensilvânia, nega qualquer relação com o golpe, que resultou na morte de mais de 240 pessoas.
As suspensões foram ordenadas horas depois de o vice-primeiro-ministro, Numan Kurtulmus, ter anunciado que o governo havia aprovado uma extensão de 90 dias do estado de emergência, renovando os poderes do presidente Tayyp Erdogan de governar por decreto até pelo menos janeiro.
A extensão significa que Erdogan pode tomar decisões sem a supervisão da Corte Constitucional, o mais importante tribunal turco.
(Por Tuvan Gumrukcu e Humeyra Pamuk)