Por Brian Homewood
TURIM, Itália (Reuters) - O futebol italiano se tornou um refúgio para jogadores que perderam espaço em outras ligas europeias ou estão chegando no final de suas carreiras.
Jogadores como Kaká, Mario Balotelli, Patrice Evra, Ashley Cole, Nemanja Vidić, Fernando Torres, Rafael Márquez e Javier Saviola se transferiram para a Serie A nos últimos dois anos, seja para reviver as carreiras ou desfrutar de mais alguns anos de futebol.
Muitos, como Balotelli e Torres, lutaram e seguiram em frente, mas existe uma incrível história de sucesso: Carlos Tévez.
O atacante argentino, que liderou a Juventus na vitória de 2 x 1 em cima do Borussia Dortmund na partida de terça-feira da Liga dos Campeões, conquistou nova vida em sua carreira desde que chegou aos campeões da Série A após sair do Manchester City, em junho de 2013.
Desgastado após quatro temporadas agitadas no City, Tévez foi afastado pelo então técnico da Argentina Alejandro Sabella e ficou fora da Copa do Mundo do ano passado, sob especulação de que era considerado uma influência ruim.
Na Juventus, tudo deu certo para o jogador de 31 anos, que não olhou para trás após uma recepção entusiasmada dos torcedores e depois de receber a camisa 10.
"A número 10 sempre vai pertencer ao Alessandro Del Piero, mas eu penso no símbolo do clube na frente da camisa. Esta é a maior responsabilidade", disse ao Tuttosport em entrevista recente.
FIM DO EXÍLIO
O argentino marcou 21 gols em sua primeira temporada pela Juventus, que foi a campeã da Liga Italiana com uma margem de 17 pontos, e é artilheiro da atual temporada, com 14 gols. Neste meio tempo, foi chamado pelo novo técnico da Argentina, Gerardo Martino, acabando com um exílio de três anos.
A Juventus conseguiu domar os instintos selvagens do jogador que uma vez, quando estava no Boca Juniors, foi expulso após comemorar um gol contra o River Plate sacudindo os braços para imitar uma galinha, fazendo referência ao fato de os torcedores do Boca chamarem a torcida rival de "galinhas".
Em vez disto, sua comemoração registrada é tirar uma chupeta do short e colocar na boca, como homenagem a sua filha.
O entusiasmo e persistência ainda estão lá, combinados com sua velocidade, instinto de gol e habilidade, que tornam Tévez um pesadelo para os defensores, como o Borussia Dortmund descobriu na terça-feira.
O jogador foi impossível de segurar para o time alemão. Tévez fez um gol e também começou a jogada que levou ao segundo gol da Juventus.
Nesta temporada, Tévez formou uma excelente dupla com o atacante espanhol Álvaro Morata, vindo do Real Madrid antes do começo da temporada.
"Nós estamos jogando juntos mais regularmente e é possível ver isso no campo", disse o jogador após a partida de terça-feira.
Tévez já deixou claro que vai terminar sua carreira no Boca Juniors. "Quando me juntei à Juventus fui bem claro de que seria meu último contrato antes de retornar ao Boca. Mas antes eu quero ganhar tudo aqui".