Por Pavel Polityuk e Tom Balmforth
KIEV (Reuters) - Um tribunal ucraniano realizou uma audiência preliminar nesta sexta-feira no primeiro julgamento de crimes de guerra decorrentes da invasão do país pela Rússia em 24 de fevereiro, depois de acusar um soldado russo capturado pelo assassinato de um civil de 62 anos.
O caso é de enorme importância simbólica para a Ucrânia. O governo de Kiev acusa a Rússia de atrocidades e brutalidade contra civis durante a invasão e disse que identificou mais de 10.000 possíveis crimes de guerra.
A Rússia nega alvejar civis ou envolvimento em crimes de guerra e acusou Kiev de encená-los para difamar suas forças. O Kremlin disse a repórteres nesta sexta-feira que não tinha informações sobre um julgamento por crimes de guerra.
O réu disse ao tribunal que era Vadim Shishimarin, nascido na região russa de Irkutsk e confirmou que era um militar russo na curta audiência preliminar. O tribunal se reunirá novamente em 18 de maio, disse o juiz.
O site do tribunal distrital de Kiev informou que Shishimarin foi acusado de "violações das leis e normas de guerra".
Ele dirá ao tribunal posteriormente se nega ou não a acusação, disse seu advogado, Viktor Ovsyannikov.
Com a cabeça raspada e parecendo assustado, Shishimarin usava um moletom azul e cinza e foi levado ao tribunal pela polícia até uma cabine de vidro para os réus.
Se condenado, ele pode pegar prisão perpétua pelo assassinato na vila de Chupakhivka, no nordeste da Ucrânia, a leste da capital Kiev, em 28 de fevereiro.