WASHINGTON (Reuters) - A Ucrânia prometeu aos Estados Unidos que não usará sistemas avançados de foguetes fornecidos pelos EUA para atingir alvos dentro do território russo, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, nesta quarta-feira.
O presidente dos EUA, Joe Biden, concordou em fornecer à Ucrânia sistemas de foguetes que podem atacar com precisão alvos russos de longo alcance como parte de um pacote de armas de 700 milhões de dólares que deve ser revelado no final do dia.
"Os ucranianos nos deram garantias de que não usarão esses sistemas contra alvos em território russo", disse Blinken em uma aparição com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg. "Existe um forte vínculo de confiança entre a Ucrânia e os Estados Unidos, bem como com nossos aliados e parceiros."
Jonathan Finer, vice-conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, disse anteriormente que Washington acredita que o sistema atenderá às necessidades de Kiev.
"Este é um conflito defensivo que os ucranianos estão travando. As forças russas estão em seu território", disse Finer em entrevista à CNN.
Existem alvos significativos que os ucranianos não podem alcançar com as armas que possuem atualmente, disse Finer, e o sistema de foguetes fará uma grande diferença no conflito na parte sudeste do país, onde as forças russas estão atualmente concentradas.
Os Estados Unidos fornecerão à Ucrânia o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade M142 (HIMARS), disse um alto funcionário do governo Biden na terça-feira, atualizando as capacidades do campo de batalha de Kiev enquanto luta contra os invasores russos.
O pacote também inclui munição, radares, mísseis antitanque Javelin adicionais, bem como armas antiblindagem, disseram autoridades.
Autoridades ucranianas têm pedido aos aliados sistemas de mísseis de longo alcance na esperança de mudar a maré da guerra, que está em seu quarto mês.
A Rússia disse que os Estados Unidos estão colocando gasolina na fogueira ao fornecer à Ucrânia foguetes avançados.
Finer disse que Biden alertou o presidente russo, Vladimir Putin, direta e publicamente sobre quais seriam as consequências de qualquer invasão da Ucrânia.
"Estamos fazendo exatamente o que dissemos que faríamos", afirmou Finer. "A Rússia trouxe isso para si mesma ao lançar uma invasão em um país soberano."
Milhares de pessoas foram mortas na Ucrânia e milhões mais deslocadas desde a invasão russa em 24 de fevereiro.
Conforme os Estados Unidos e seus aliados fornecem à Ucrânia armas cada vez mais sofisticadas, Washington tem mantido discussões com Kiev sobre o perigo de uma escalada caso se atinja o interior da Rússia, disseram autoridades diplomáticas e dos EUA à Reuters.
A inteligência dos EUA também alertou sobre os riscos crescentes.
(Reportagem de Humeyra Pamuk, Simon Lewis, Doina Chiacu)